segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Governo do PSDB: Alstom paga propinas por contratos do Metrô

O vereador do PSDB em São Paulo, Tião Farias, ex-chefe de gabinete do governo Mário Covas, recebeu em 2002 doação eleitoral do empresário Romeu Pinto Júnior, apontado por autoridades da Suíça como dono da MCA Uruguay, offshore que teria recebido R$ 8,7 milhões para enviar a empresas que prestaram serviços fictícios em contratos firmados pelo grupo Alstom no Brasil como o governo do Estado de São Paulo.
A multinacional é investigada por suposto pagamento de propina para obter contratos no governo tucano em São Paulo. Farias, que em 2002 tentou se eleger deputado estadual, é aliado de Geraldo Alckmin, e foi o único dos 12 parlamentares do partido na Capital a defender a candidatura do ex-governador à Prefeitura.
Nos documentos aparecem apenas as iniciais dos nomes, com referências a um “ex-secretário do governador”, supostamente encarregado de intermediar a negociação das “gratificações ilícitas” pagas a pessoas ligadas ao governo entre 1988 e 2001. Outros documentos mencionam que a propina tinha como destino o “partido no poder” em São Paulo - o PSDB -, além do TCE e a Secretaria de Energia.
A doação a Farias, que comandou o gabinete de Marinho, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em nome de Romeu Alves Pinto Júnior, no valor de R$ 1 mil. Ao Ministério Público, Romeu negou ser dono da MCA Uruguay, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. Ele disse que possui empresa homônima no Brasil. Farias informou que desconhece Romeu. A doação, diz ele, foi pela compra de convite para jantar de campanha.
O caso Alstom pode ser ‘pedra no sapato’ de Geraldo Alckmin. Parte das investigações do MP mira o período em que o tucano governou o Estado. Apoiadores de Gilberto Kassab (DEM) ironizam o tucano, alegando que ele pode ser chamado de “Geraldo Alstom”.
Alckmin nega irregularidades e diz que deve haver apuração. Mas, ao mesmo tempo, se manifestou contra CPI do caso na Assembléia, por não haver “fato concreto”.
Uma das principais peças da investigação é um memorando manuscrito em francês por um executivo da Alstom. Nele, é identificada a rota das propinas. O dinheiro iria para integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), funcionários da Secretaria de Energia e ainda para o caixa do PSDB. Na descrição dos intermediários da propina, o executivo da Alstom, em seu memorando, usou vários códigos. Entre eles constam “RM”, “CM”, que seriam Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, e
Há suspeitas de propina envolvendo contratos no Metrô e Eletropaulo. Empresas prestadoras de serviço seriam usadas para repasse de “remuneração” às partes envolvidas no esquema
Ao todo, a Alstom teria repassado R$ 13,5 milhões a offshores que integrariam o esquema

*Fonte: Portal Assembléia Permanente

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