domingo, 29 de agosto de 2010

Alckmin, o homem de palha do PSDB



Por Pedro Ayres

O poder político neoliberal-tucano paulista se tornou quase inamovível, pois, unia dois campos: um, do conchavo político, que ficou a cargo de FHC, ungido como mentor intectual da inteligentsia nacional e o outro, de ação política junto às massas coube a Mario Covas, que personificava um símbolo liberal e democrata. Tudo para facilitar a vida dos interesses das empresas transnacionais financeiras, energéticas, de comunicações e de exploração mineral.
Entretanto, como sempre há a necessária reposição de quadros e militantes, Mário Covas logo viu quem poderia servir de esteio e instrumento para futuras aventuras políticas em que pensava se lançar - o escolhido, Geraldo Alckmin. Era o vice-governador perfeito, não só por uma longa tradição política oligárquica familiar que unia São Paulo e Minas Gerais, porém, acima de tudo, por seu rígido treinamento para ser um homem de palha.
Todavia, como o destino, normalmente tem planos bem diferentes daqueles que as pessoas traçam para si mesmas, Geraldo Alckmin, com a morte de Covas, chegou ao poder de seu Estado mais do cedo do que pensava e embora tivesse aprendido algo com Covas, faltava-lhe a experiência e o faro político do santista. Porém, mesmo assim, com a ajuda de alguns seguidores, gradual e seguramente deu continuidade ao plano político de desmonte do Estado de São Paulo e à criação de uma rede de apoios, tendo o Tesouro e o Erário estaduais como suporte. Bases que lhe garantiram sair vencedor em alguns embates internos do PSDB paulista. Foram vitórias bem exclusivas e de uso quase doméstico, pois, nada produziram para a melhoria da administração pública do Estado, ao contrário, ampliaram-se algumas benesses como prêmio para aliados e reduziram-se serviços, para garantir com esses cortes de despesas, os meios para assegurar a continuidade dessas gentilezas.
Como Geraldo Alckmin é um fiel seguidor das teses de José Maria Escrivá, em que a obediência está acima de qualquer coisa, e as teses de José Maria Escrivá justificam e quase divinizam a sociedade de classes, portanto, o capitalismo, Alckmin era e é "the right man in the right place". É sempre bom lembrar, que um homem de palha, embora possa ter múltiplas utilidades para a sua ordem ou classe social, carece daquilo que dá ao homem o direito e o poder de ser livre, que é a visão crítica. Desse modo, mesmo que sejam enormes e poderosas as forças econômicas que lhe dão suporte, como é incapaz de compeender o mundo fora dos ínfimos limites da prisão ideológica em que vive, é alguém mais fácil de ser derrotado, da mesma forma que o outro homem de palha, José Serra, está sendo desfeito.
Basta uma forte ventania para que os homens de palha do PSDB se desfaçam. E essa mesma ventania serve para afastar os corvos. E desta vez, quem faz o vento é a força do povo. Ventos que encrespando as águas do mar, criaram a Onda Dilma Rousseff, que de embolada vem trazendo para o centro da cena política paulista, Aloizio Mercadante, para Governador do Estado de São Paulo e Netinho e Marta, para o Senado Federal por São Paulo.

*Fonte:  Blog Crônicas e Críticas da America Latina

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