sexta-feira, 27 de agosto de 2010

PSDB no governo: Falhas provocam desabamento em obras do metrô; 7 mortos

No dia 12 de janeiro de 2007, a obra da futura estação Pinheiros do Metrô de São Paulo desabou, formando uma cratera gigante e matando sete pessoas. Passados três anos de uma das maiores tragédias já vistas em uma obra do gênero no país, até agora ninguém foi responsabilizado pelas mortes.
O consórcio que toca as obras da futura linha 4-Amarela, o Via Amarela (formado pela Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez), informou que todas as indenizações foram resolvidas sem necessidade de acordos judiciais e que a obra segue em ritmo normalizado e dentro do cronograma estabelecido pelo Metrô. 
 


As seis primeiras estações ficarão prontas neste ano, e as restantes em 2012. O grupo de empresas diz que colaborou com as autoridades em todas as fases das investigações, prestou assistência a todos e disponibilizou recursos e profissionais para acompanhamento dos atingidos.
Entre os “atingidos” contabilizados pelo consórcio, está a família do cobrador de um micro-ônibus tragado pela cratera, Wescley Adriano da Silva, de 22 anos. Thaís Ferreira Gomes, a mulher de Wescley, estava grávida à época do acidente. A impunidade revolta a estudante, atualmente desempregada, que cuida do filho, Cauã, de três anos, com R$ 590 que recebe mensalmente do acordo feito com a construtora da obra.
Os moradores da região ainda enfrentam problemas por conta da obra. A cabeleireira Alessandra Alves da Rocha, moradora do bairro há cerca de 20 anos, diz que as rachaduras aumentaram depois do início das obras.
As buscas pelas vítimas duraram 13 dias. Além de Wescley, os mortos identificados foram o motorista do microônibus, Reinaldo Aparecido Leite, de 40 anos; a passageira Valéria Alves Marmit, de 37 anos, e o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, de 31 anos. Uma pessoa que passava pelo local no momento do desastre, a aposentada Abigail Rossi de Azevedo, de 75 anos, o office-boy Cícero dos Santos, de 60 anos, e o motorista Francisco Sabino Torres, de 48 anos, funcionário da obra, também morreram.
Após o acidente, oito peritos do IC (Instituto de Criminalística) realizaram um extenso trabalho de investigação sobre as causas do acidente que demandaram 19 meses de trabalho. O trabalho não foi levado em consideração na denúncia apresentada pelo promotor Arnaldo Hossepian Júnior à Justiça.


Em 6 de janeiro do ano passado, a juíza Margot Chrysostomo Correa Begossi aceitou a denúncia e todos viraram réus em um processo criminal aberto para responsabilizar os culpados. De início, 13 foram denunciados. Mais tarde, outro técnico também foi denunciado e, atualmente, são 14 os réus do processo.
Paralelamente à ação na esfera criminal, em abril de 2007 foi firmado um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) pelo Ministério Público, Consórcio Via Amarela, Metrô, IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e IC (Instituto de Criminalística). O documento trouxe uma série de medidas necessárias para a continuidade das obras e estabeleceu obrigações para que ela não fosse paralisada.


Atualmente, o caso é conduzido pela juíza Aparecida Angélica Correia, da 1ª Vara Criminal do Fórum Regional de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Ela foi procurada para comentar o caso e o Tribunal de Justiça informou que a juíza está em férias e só voltará ao trabalho no dia 18 deste mês. A atual promotora do caso, Eliana Passarelli, disse ao R7 que deve analisar até o final desta semana as defesas apresentadas pelos acusados e devolverá o processo ao Judiciário. Ela informou que ainda neste ano espera que o caso seja julgado, e os culpados, condenados:
- Dá pra concluir o seguinte: não houve tsunami e nem queda de chuva a mais ou abalo sísmico no Brasil. Houve falha técnica e humana. Todos agiram com imprudência e foram incapazes tecnicamente de manter a obra.


*Fonte: Portal R7

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